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Polícia suspeita que máfia dos concursos enviou R$ 134 mi ao exterior

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A Polícia Civil de Goiás encontrou indícios de que envolvidos na máfia dos concursos presos na ação de segunda-feira (30/10) teriam enviado pelo menos 35 milhões de euros (R$ 132 milhões) em remessas ao exterior. Dessa forma, entre os crimes que os integrantes da quadrilha podem responder, serão incluídos evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Segundo os investigadores, os valores cobrados por vagas em concursos poderiam passar dos R$ 400 mil — geralmente, o preço girava em torno de 20 vezes o salário mensal do cargo. Depois de aprovados, os suspeitos costumavam solicitar empréstimos consignados para quitar a dívida.

Em 2016, segundo nossos registros, os integrantes do grupo remeteram ao menos 35 milhões de euros para a Europa (aproximadamente R$ 132 milhões).

Rômulo Matos, delegado

Casa em troca de vagas
Os indícios de que o faturamento da quadrilha era alto são exemplificados em vários casos. Num deles, segundo a polícia, uma mulher ofereceu casa de R$ 800 mil em troca de duas vagas. Eram dois objetivos: passar no concurso de delegada da Polícia Civil de Goiás e aprovar a filha no vestibular de medicina da Universidade Federal de Goiás por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A acusada da negociação foi chamada para interrogatório, mas ficou em silêncio.

Para o concurso de delegado, a organização criminosa teria recebido ajuda de Ricardo Silva do Nascimento, à época servidor da Fundação Universidade de Brasília e cedido ao Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Ele foi flagrado por câmeras vasculhando o cofre de segurança em busca de cadernos de provas.

De acordo com a assessoria do Cebraspe, o desligamento de Ricardo Silva do Nascimento ocorreu no dia 20 de março de 2017, mais de um mês depois do flagra. O advogado da instituição, Marcus Vinícius Figueiredo, argumenta que foi prestada colaboração com a investigação.

Veja os vídeos:


“A partir da quebra do protocolo de segurança, foi instaurada uma série de procedimentos internos. Não podemos divulgar o teor porque são rotinas administrativas sigilosas. Não temos informação nem documento que aponte envolvimento dele com fraude externa”, afirmou.

Ação em Goiás e no DF
A operação em Goiás, chamada Porta Fechada, foi deflagrada ao mesmo tempo que a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil do Distrito Federal, lançava uma nova fase da Panoptes. Ambas têm a intenção de desarticular grupos ligados à chamada máfia dos concursos.

A primeira fase da Operação Panoptes na capital do país ocorreu em 21 de agosto deste ano. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra Helio Garcia Ortiz, o filho dele, Bruno de Castro Garcia Ortiz, Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias.

Segundo o delegado, Helio era o chefe da organização criminosa. Bruno agia de forma operacional; Rafael era seu braço direito; e Johann facilitava o esquema fornecendo graduação e pós a quem precisasse e pagasse bem.

Helio Ortiz já é conhecido pela polícia, pois foi preso há 11 anos acusado de liderar a máfia dos concursos. Ele foi detido em sua casa, no Guará. Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Águas Claras.

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