Privatização

Permissionários da Rodoviária questionam proposta de parceria público-privada em audiência da CLDF

Compartilhar
Compartilhar

Comerciantes estabelecidos na Rodoviária do Plano Piloto participaram nesta segunda-feira (2) de audiência pública da Câmara Legislativa na qual fizeram diversos questionamentos sobre a proposta de concessão do espaço à iniciativa privada. Requerido pela Comissão de Fiscalização e Transparência da CLDF, o debate avançou no detalhamento do projeto de lei nº 2.260/2021, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a parceria público-privada. Vários itens preocupam: o aumento dos custos, a garantia de permanência dos atuais permissionários e a segurança, por exemplo.

A deputada Paula Belmonte (Cidadania), que está à frente da comissão e coordenou a audiência, solicitou mais informações e pediu que os empresários sejam ouvidos. A parlamentar ainda discutiu os valores envolvidos: “Não está claro quanto custa manter a Rodoviária atualmente e quanto vai custar”. Segundo a proposta, o investimento previsto para a empresa ou consórcio que vencer a licitação para gerir o local, por 20 anos, será de R$ 120 milhões, a receita estimada é de R$ 36 milhões e o GDF receberá R$ 1,8 milhão, anualmente.

O subsecretário de Parcerias e Concessões da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF, Marcu Antonio de Souza Bellini, fez um resumo do projeto, que inclui a “recuperação, modernização, conservação e exploração” da Rodoviária do Plano Piloto. Também observou que haverá um comitê de transição para a nova situação, caso o PL, que tramita na Câmara Legislativa, seja aprovado.

Desestabilização emocional

“A proposta vem desestabilizando emocionalmente os comerciantes”, atestou Cida Ribeiro, da Unitrailers. Representante dos associados instalados na Rodoviária, ela afirmou que a entidade é contrária à parceria público-privada. Já a presidente da Associação dos Pioneiros e Usuários, Maria de Jesus Bastos Miranda, classificou o trabalho realizado no centro de Brasília como “mais social do que comercial”, considerando que os preços dos produtos após concessões ou privatizações “tendem a triplicar”.

Autor de um estudo detalhado sobre a proposta do GDF, Sérgio Paulo Rodrigues de Lima indagou: “Se a responsabilidade de gestão daquele espaço, atualmente, é de um conjunto de órgãos públicos, uma empresa privada conseguirá gerir melhor?” Do Ministério Público de Contas do DF, Guilherme Fernandes Santos da Silva, entre outros itens, discutiu a taxa de acostagem a ser cobrada cada vez que um ônibus pare no local – uma das fontes de recursos do vencedor da concessão.

Ainda participaram do debate, em meio a comerciantes de vários setores, a empresária Patrícia Calmon, da tradicional Pastelaria Viçosa, e o presidente da Associação dos Lojistas da Galeria dos Estados, Laércio Moura Júnior, que contestou a inclusão do centro comercial no projeto. Sobre este ponto, a deputada Paula Belmonte adiantou que existe consenso entre os deputados distritais para que a Galeria seja excluída da proposta.

Com informações da CLDF

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

Compartilhar

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados
Privatização

Ambulantes ficarão fora da Rodoviária, afirma secretário de Mobilidade

“Você não pode ter aquele nível de desorganização na Rodoviária”, afirmou o...

Privatização

Privatização da Rodoviária do Plano Piloto vai ser retomada

O processo de transição para conceder a gestão da Rodoviária do Plano...

Privatização

Nomeada a comissão de transição da Rodoviária do Plano Piloto para gestão empresarial

Em até 90 dias, a RZK Concessões deve iniciar os investimentos na...