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No Rio, Lula reinaugura hospital Bonsucesso e relembra CPI da Covid

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Uma série de irregularidades e casos de corrupção foram apontados no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro nos hospitais federais do Rio. No ano passado, o governo petista foi cobrado a resolver a situação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (6/2) da reinauguração do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, relembraram irregularidades apontadas na CPI da Covid sobre a unidade de saúde, que teve forte influência política no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

“Não é dia de inauguração de nada. O dia de hoje é da recuperação da decência que o povo do Rio sempre mereceu e, muitas vezes, as pessoas esqueceram de garantir essa decência. O governo federal só tem dois estados com hospitais públicos federias, o RJ que tem seis, porque isso aqui foi a capital do Brasil, e o Rio Grande do Sul, que tem um. O restante (dos estados) tem hospitais universitários. Desde o meu primeiro mandato, conversei com meu ministro da Saúde e eu dizia que é preciso transformar os hospitais federais em hospitais de excelência, referência em qualquer lugar do mundo”, iniciou o petista.  

A cerimônia em que Lula participa marca a abertura de um novo setor do hospital, especializado no atendimento de casos graves e com capacidade para atender 700 pessoas por mês, além da retomada do Centro de Diagnóstico por Imagem com a disponibilização de exames de ultrassonografia e um novo equipamento de raio-X de alta precisão. Desde outubro, o governo federal já reabriu  218 leitos que estavam fechados, e a capacidade total de assistência da unidade foi retomada, totalizando 423 leitos. São leitos cirúrgicos, clínicos, obstétricos e pediátricos — 373 hospitalares e 50 de emergência.

Também participou da cerimônia o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), que comanda o gerenciamento municipal do Hospital Bonsucesso junto ao Grupo Hospitalar Conceição, estatal pública. 

“Não podemos permitir que político, seja deputado, senador, governador, mande no hospital, quem tem que mandar são os especialistas da saúde. Isso não é comitê eleitoral de ninguém. Quem quiser voto, vá para a rua pedir. Aqui, as pessoas vêm para serem atendidas com respeito, para trabalhar, e o trabalho tem que ser dignificado com o bom tratamento que as pessoas merecem”, acrescentou. 

O governo federal instaurou, no ano passado, um Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais para tentar conter a crise nas unidades de saúde, que estavam sem equipamentos, estruturas, funcionários e com diversas denúncias de corrupção. 

“Nosso Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais já deu certo. Tivemos que quebrar alguns ovos, mas abrimos caminho. Esse hospital não só pegou fogo (em 2020), mas estava nas principais páginas da CPI da Covid porque, no governo anterior, toda situação que já era precária se agravou muito mais. Pegamos um hospital abandonado, deteriorado, com servidores desmotivados”, destacou Nísia Trindade.

Entenda

A situação dos hospitais federais do RJ, em especial do Bonsucesso, é alvo de denúncias e críticas há anos e possui relação com políticos. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, do Congresso Nacional, iniciou, em 2021, uma investigação sobre a atuação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro na área da saúde durante a pandemia.

Entre as irregularidades encontradas estava a influência do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, nos cargos de gestão dos hospitais federais cariocas. O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel depôs na comissão e confirmou a influência do político nos hospitais.

Foram identificadas também diversas movimentações fraudulentas, como uma compra de testes para covid feita sem licitação e custando mais de R$ 6,6 milhões. No hospital Bonsucesso também ocorreu uma festa, organizada pela diretoria da unidade de saúde, orçada em R$ 156 mil, enquanto o local enfrentava superlotação e falta de médicos. 

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