Goiás projeta repetir em 2026 o racha da direita ocorrido na disputa municipal de outubro. Além de ser o reduto eleitoral de um possível candidato à Presidência da República, o estado caminha para abrigar novamente uma queda de braço regional entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os dois políticos da direita travaram neste ano uma disputa em Goiânia que levou Bolsonaro a ir pessoalmente à cidade no dia do segundo turno, mas que acabou vencida por Caiado –ele elegeu seu candidato a prefeito, Sandro Mabel (União Brasil), que concorria contra o bolsonarista Fred Rodrigues (PL).
O governador de 75 anos está em seu segundo mandato à frente do estado e afirma que vai deixar o governo no início de 2026 para se dedicar à candidatura presidencial.
Apesar do triunfo local, nacionalmente Caiado é mais um no balaio de nomes que tentam se viabilizar de olho na vaga aberta com a inelegibilidade de Bolsonaro. Diferentemente da maioria de seus concorrentes, porém, ele tem o problema de ao menos por ora não contar com a simpatia do ex-presidente.
Caiado minimiza a situação e planeja lançar sua pré-candidatura presidencial já em 2025, em um grande evento patrocinado pelo União Brasil em Salvador, reduto do vice-presidente da legenda, ACM Neto, e do prefeito da capital baiana, Bruno Reis (União Brasil).
No último dia 11, o governador sofreu um revés na Justiça Eleitoral do estado, que o condenou a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político ao usar o Palácio das Esmeraldas para reuniões de suposto intuito eleitoral neste ano. Caiado diz que vai recorrer da decisão.
Em Goiás, sua situação política por ora é confortável. Caso cumpra a promessa de voltar a tentar conquistar a cadeira que tentou em 1989 –na ocasião, o então líder da UDR (União Democrática Ruralista) ficou em décimo na disputa–, assumirá o governo do estado seu vice, Daniel Vilela (MDB).
Filho do ex-governador e ex-senador Maguito Vilela, morto em 2021, o emedebista é o candidato do governador à sua sucessão.
Seu principal concorrente deve ser o senador Wilder Morais (PL), na casa de quem Bolsonaro assistiu o início da apuração que consolidou a derrota de seu candidato em Goiânia, em outubro.
Por enquanto a tarefa do bolsonarismo segue difícil, já que Caiado tem boa avaliação de seu governo e também surfou na eleição municipal –elegeu seus candidatos em Goiânia e Aparecida de Goiânia, as duas maiores cidades do estado, sendo o União Brasil o partido campeão no estado, com 95 prefeituras.
Em seguida, veio o MDB de Vilela, com 46. O PL elegeu 26 prefeitos.
Na corrida à Prefeitura de Goiânia, Bolsonaro fez críticas públicas a Caiado, a quem chegou a chamar de “governador covarde”. Após o resultado, o governador afirmou que o Brasil cansou do jeito que Bolsonaro faz política.
As demais forças políticas de Goiás seguem coadjuvantes. Outrora uma potência no estado, o PSDB do ex-governador Marconi Perillo elegeu apenas sete prefeitos, em linha com o fiasco dos tucanos a nível nacional. Não se cogita candidatura ao governo.
O PT pode lançar nome para marcar posição e dar palanque à tentativa de reeleição de Lula, mas também tem baixíssimas chances.
Uma das principais bandeiras de Caiado para eleger o sucessor deve ser a segurança pública, tema que inclusive motivou uma troca de críticas entre ele e Lula em reunião de governadores em novembro.
Até opositores dizem que a criminalidade diminuiu no estado, em especial na capital, Goiânia, mas afirmam reservadamente que isso só foi conseguido graças à violência policial indiscriminada.
Problema crônico em praticamente todas as grandes cidades, a saúde também deve ser um dos temas centrais de campanha, assim como a pressão de parte do funcionalismo por maiores reajustes salariais.
A disputa às duas vagas do estado ao Senado também deve colocar em campos adversários Caiado e Bolsonaro, a não ser que os dois políticos, que têm um histórico de atritos e afagos, voltem a se entender.
Caiado pretende lançar sua mulher, Gracinha Caiado (União Brasil). O outro nome da chapa do governador deve ser usado para composição das alianças políticas regionais em torno de Vilela. Um dos cotados é o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Medanha (MDB).
Do lado do bolsonarismo, o nome mais forte é o do deputado federal Gustavo Gayer (PL), mas ele é alvo de investigação da Polícia Federal sob suspeita de desvio de verba da cota parlamentar e pode ter concorrentes internos –o hoje vereador Major Vitor Hugo, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, é citado como alguém que almeja a vaga.
Os dois senadores que encerram os mandatos em janeiro de 2027 são Vanderlan Cardoso (PSD) e Jorge Kajuru (PSB). O primeiro saiu chamuscado da eleição municipal após derreter durante a campanha à Prefeitura de Goiânia e despencar das primeiras colocações para um quinto lugar nas urnas.
Com informações do Jornal de Brasília
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