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Judiciário

PGR aponta evidências robustas contra Bolsonaro na denúncia sobre tentativa de golpe

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Documentos, delações e depoimentos indicam pressão sobre militares e ataques às urnas eletrônicas sem provas para justificar ruptura institucional

247 – A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados, reunindo documentos, depoimentos e atos públicos que reforçam a acusação de tentativa de ruptura institucional. Segundo informações da Folha de S.Paulo, a peça jurídica destaca dois aspectos centrais: a elaboração da chamada “minuta do golpe” e a ofensiva contra as urnas eletrônicas, sem qualquer evidência de fraude.

A Polícia Federal encontrou versões da minuta golpista em locais estratégicos, como a casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, um dispositivo eletrônico de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e na sede do Partido Liberal (PL), onde o ex-presidente mantinha uma sala. Outro documento, identificado como “minuta do pós-golpe”, foi localizado no computador do general Mário Fernandes, então número dois da Secretaria-Geral da Presidência, detalhando a criação de um gabinete de crise para administrar o país após uma intervenção militar.Play Video

Além dos documentos, a delação de Mauro Cid e os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior, indicam que Bolsonaro tentou obter apoio das Forças Armadas para a iniciativa golpista. De acordo com os relatos, reuniões realizadas em 7 e 14 de dezembro de 2022 serviram para apresentar a proposta de ruptura. Diante da recusa dos militares, Gomes e Baptista Júnior passaram a ser alvo de ataques virtuais de apoiadores do ex-presidente.

A denúncia da PGR também destaca a persistente campanha de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, sem qualquer prova de irregularidade. Entre os episódios citados, está uma transmissão ao vivo realizada em julho de 2021, na qual o então presidente prometeu apresentar indícios de fraude, mas apenas repetiu alegações já desmentidas. Em julho de 2022, durante uma reunião ministerial, Bolsonaro e aliados discutiram abertamente o “uso da força”. Na ocasião, o general Augusto Heleno afirmou: “O que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”.

Outro ponto central da acusação envolve a tentativa de forçar os militares a produzirem um relatório que colocasse em xeque a lisura do processo eleitoral. Segundo Mauro Cid, Bolsonaro e seu grupo aguardavam um posicionamento nesse sentido para justificar um golpe, mesmo sabendo que não havia qualquer indício de fraude. O relatório do Ministério da Defesa, divulgado após as eleições, reconheceu a ausência de irregularidades, mas fez ressalvas genéricas sobre a segurança do sistema.

Algumas alegações da PGR, no entanto, geram controvérsia. O procurador-geral Paulo Gonet sustenta que Bolsonaro tinha conhecimento e concordou com um suposto plano para assassinar autoridades, embora as investigações não apresentem provas conclusivas. Além disso, Gonet denunciou Bolsonaro pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, apesar de a Polícia Federal não ter feito o mesmo. A PGR também baseia grande parte da acusação na delação de Mauro Cid, mas ignorou trechos que contradizem sua própria tese.

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