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Golpe

Execução de Moraes foi planejada na casa de Braga Netto, então ‘vizinho’ do ministro

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À época dos fatos, apenas 350 metros separavam as casas de Walter Braga Netto e Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022 para planejar atentados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ocorreu a apenas 350 metros da residência de Moraes, em Brasília. Segundo informações de Malu Gaspar, do jornal O Globo, a casa que serviu como ponto de encontro pertencia ao general Walter Braga Netto, então figura de destaque no governo Bolsonaro.

Braga Netto vivia em um condomínio funcional do Ministério da Defesa na Asa Sul, que também abrigava outros generais de alto escalão, como Paulo Sérgio Nogueira e Luiz Eduardo Ramos. O grupo que articulava o plano, composto por militares das Forças Especiais, se reuniu para discutir os detalhes da ação que visava “neutralizar” os alvos. Conforme relatório da Polícia Federal, em 15 de dezembro de 2022, um dos envolvidos voltou ao local para realizar uma campana próxima à antiga residência de Moraes, localizada na 312 Sul.

Mudanças no endereço de Moraes – Alexandre de Moraes, à época, residia em um apartamento no bloco K da 312 Sul, informação que consta tanto no relatório da PF quanto na decisão que autorizou as operações de busca e prisão. Embora Moraes já tenha mudado de endereço, interlocutores ligados ao ministro afirmam que a troca não está relacionada diretamente à trama investigada. A segurança do magistrado e de sua família é tratada com máxima discrição, dada a gravidade das ameaças.

Braga Netto também já não vive no condomínio funcional, tendo se mudado para o Rio de Janeiro no último ano.

Documentos e codinomes revelam detalhes da conspiração – Mensagens obtidas pela PF demonstram o envolvimento direto de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no agendamento da reunião no apartamento de Braga Netto. Após o encontro, um documento intitulado “Copa 2022” foi compartilhado, contendo um planejamento detalhado de logística e orçamento para o ataque, que deveria ocorrer em 15 de dezembro de 2022.

Curiosamente, o codinome do grupo conspirador fazia referência à Copa do Mundo daquele ano, e seus membros utilizavam nomes de países participantes para disfarçar sua comunicação. Um dos suspeitos, identificado como “Gana”, enviou mensagens relatando movimentações pela Asa Sul, onde o plano teria como foco o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Os investigados se posicionaram em diversos locais estratégicos, como restaurantes e quadras residenciais, mas abortaram a ação após a sessão do STF se estender até tarde da noite. “As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo ‘Copa 2022’ demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender o ministro Alexandre de Moraes”, destacou o relatório.

Conclusões da investigação – A Polícia Federal concluiu que o plano envolvia indivíduos com alta capacidade técnica e treinamento militar, o que reforça a gravidade e sofisticação da conspiração. “As condutas vinculadas ao evento, antes e, principalmente, no dia da ação indicam que pessoa com alta capacidade técnica e conhecimento militar ‘saíram à campo’ para executar um plano totalmente antidemocrático de prisão, ou, quiçá, execução do ministro Alexandre de Moraes”.

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